Conteúdo, o amigo que sempre rende boas conversas
NATHÁLIA LUVIZON*
Você certamente já leu ou ouviu que é preciso manter forte presença nas redes sociais para ser percebido. Afinal, “quem não é visto não é lembrado”, certo? Mas, no mundo atual, o conceito de “falem bem, falem mal, mas falem de mim” já caiu em desuso. Isso porque hoje não queremos “estar por estar”. O que precisamos, efetivamente, é impactar as pessoas certas com a mensagem certa. Ou seja: queremos atrair pessoas semelhantes, que estejam conectadas a interesses, causas e movimentos alinhados aos nossos. Portanto, aparecer simplesmente por aparecer é irrelevante. Pior: é desperdício – algo inconcebível em tempos de atenção à sustentabilidade e à racionalidade dos investimentos. Então entra em cena o conteúdo de qualidade, com escolhas criteriosas de mensagem, canal e persona pretendida.
Conteúdo, por definição, é algo que possui profundidade, substância. Aliás, aqui na Papa somos apaixonados por conteúdo – por longas conversas, por textos ricos em informação útil. Por isso, quando falamos em estratégias de comunicação, o conteúdo é sempre o carro-chefe; nosso ponto de partida. Afinal, sobretudo no caso das redes sociais, o conteúdo é quem guia a comunicação.
Enxergar além dos números
Quando avaliamos os dados sobre utilização da internet hoje em dia, o que vemos é crescimento. As plataformas já superam 2 bilhões de usuários (Emarsys, 2019), com tempo de utilização médio de 2h22min diários (GlobalWebindex, 2019). Falando especificamente em compras, 54% das pessoas utilizam as redes sociais para pesquisar produtos e avaliar opiniões de influenciadores. Ou seja, o mundo é online – mas isso você já sabe. O foco – e o que torna esses números relevantes na conversa – é como e o que comunicar no meio digital. Afinal, não adianta ter a “presença” na maior rede social (de hoje, pois amanhã tudo muda), se ela não engaja. Não adiante ter um perfil ativo, se ele não conversa com quem deveria.
Infelizmente, ainda vemos a maior parte dos usuários, gestores e influenciadores preocupada apenas com números, quando deveriam atentar ao conteúdo. Isto é, zelar pelo que está sendo publicado, pois é isto que levará o usuário a curtir, comentar e compartilhar. Quando um usuário se identifica, ele vira cliente; vira um membro da comunidade que indica e compartilha a sua marca.
Outro erro comum das marcas no ambiente online é seguir o que “todo o mundo” está fazendo ou publicando. Isso porque o conteúdo precisa, necessariamente, ser analisado e planejado para fazer jus à identidade própria de cada empresa. Trata-se, pois, de uma extensão do que a marca representa; é um avatar da organização – o seu “perfil” digital. Por isso, todo cuidado é essencial. Cada publicação é um ponto de contato com o seu público. Logo, precisamos pensar o que deve ser dito. Como ser relevante para quem pretendemos atrair?
Conteúdo na velocidade da luz
O mundo conectado é rápido e fácil – num segundo, já não estamos mais presentes, pois o dedo rolou a tela. Agora, a foto do instante atual é outra. Então cabem alguns questionamentos: o que fizemos naquele mísero segundo de oportunidade? Conseguimos deixar algo para nosso seguidor, amigo, cliente, prospect? Fomos capazes de engajar e impactar positivamente essa pessoa?
Essas são apenas algumas das perguntas necessárias e permanentes no trabalho de gestão de marca e produção de conteúdo. Afinal, nossos pontos de contato são limitados no meio digital. Por exemplo, não temos tanto apoio do marketing sensorial, que no offline aguça memórias olfativas, sensações táteis ou o paladar. Assim, em se tratando de internet, “o conteúdo é rei”. Por isso pensamos tanto sobre o que pode parecer uma “simples” frase, um “simples” texto, um “simples” post de Instagram. Tem muita ciência atrás de um trabalho bem-feito!
E você? Como está pensando o seu conteúdo? Ele é um mero conhecido, por quem você passa rapidinho, cumprimentando protocolarmente e dizendo que está tudo bem? Ou aquele velho amigo, que realmente interessa e com quem a conversa sempre rende?